domingo, 25 de abril de 2010

Sonho em cinco estrofes

Sinto teu cheiro, que na pele impregnado
Traz a lembrança da noite, louca vontade
Que nos corpos se faz, no pensamento é consumado
Mas o medo não deixa, render-se a insanidade

No escuro, mãos são olhos de visão escassa
Perdidas, negando a entrega, contra ao toque tentando lutar
Faz-se rígida na coberta, e em frente a boca fracassa
E na ultima força sua, faz-se eminência do desejo matar

Num susto, a tua respiração, no pescoço um calor
A falta de ar, causa do abraço que fogo faz estremecer
Do consumar, causa a culpa secas lágrimas, em dor
O alívio e arrependimento de não o fazer

No acordar deste sonífero, com chuvas, o cuidado a se esvair
Cabelos emaranhados num sonho permanecem, e o frio vem deixar
A juventude e o esquecimento, por um fio o peito a se abrir
E sem travesseiro o coração perto, colado, a desistência o faz recuar

E o tempo nesse conto é mais nada que maldito
Que separa, a verdade esconde, nos engana na sobriedade
E tudo muda do que poderia aquilo ser escrito
E bêbados em amor por ele separados, para a eternidade


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Sem mais...

R.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palavras de concretude ( uma carta à arquitetura)

"A arquitetura como uma carta, datada, de data sem importância, pois sua infinidade concreta expande-se de um historia passada, o agora vivo e um futuro intangível. Arquitetura como palavra, sua imortalidade concretizada, elevada do chão com suas raízes do imaginário de um sonhador. O concreto como lúdico, das frases que possuem entrelinhas e das portas que se abrem sem revelar o mistério de cada vão. E selada, e pronta, mas que pronta nunca há de estar, sempre existe uma palavra a mais, um canto a se aumentar, uma janela a se abrir. E que possamos abrir as janelas, sempre, que como prosa voam no ar, se espalham no vento e criam asas para alcançar a todos os olhos de ver....

E assim, que ao construirmos paredes, façamos não muros, e sim conexões. Que ao fecharmos janelas façamos um útero onde possamos renascer em nossa reflexão. Que cada risco seja um pedaço de sonho em giz, em formas que não quebram, que fluem e nos levam embora, a voar com elas. Que nossos pés nunca toquem o chão, flutuando acima deles, no piso das ideias. Que o teto seja estrelado, e que as portas nos levem a mais perguntas e não a uma solução. E que aquilo que nos enclausurava seja agora uma caixa de possibilidades. Que o verde seja parte de um todo, e não a parte que complementa. E que a arquitetura seja agora não como delimitar, mas sim como uma expansão... e que possa enfim, voar!”


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Umas palavrinhas em homenagem a esta arte magnífica, que quando feita pelas mãos de um verdadeiro artista, vira poesia concretizada.
A arquitetura é poesia concretizada!


R.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mexeriqueiro querubim

Era uma vez um menininho assim
Vivia a me perguntar
Sobre a vida, a morte
O começo e o fim

Não cansava de questionar
Meu passado
Meu futuro
Quando invadia o meu jardim

E apesar de não se cansar
Era ele de tudo
Meu maior festim

Quando abria a porta
Trazendo alegria
Num sorriso para mim

Revirava meus livros, meus poemas
Minhas cartas de carmim
Me deixava sem graça, sem cartas na manga
Era um anjo, um querubim

E agora sem rimas, me despeço de ti
O mexeriqueiro, menino arteiro
Que na tentativa de revirar minhas verdades
Revirou meu coração

Me deixou sem prosa, sem rosa
E com perfume de jasmim
Que deixou na minha mão


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Ao teu pedido... à despedida...

"...E que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."


Pra sempre,


R.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Soldados

"Há dois caminhos pela frente
Em um, somos soldados
Em outro, estamos curados
Ao escolher o meu caminho
Vesti a farda da justiça
E com ela seguirei
Até o dia de minha morte
Porque querer mudar o mundo é uma doença...
Alguns, morrem por isso
Outros, curam com o medo."


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A inscrição para meu batalhão está aberta, alistem-se.
We want you (the new Uncle Sam).


R.