sábado, 19 de setembro de 2009

No fundo do forro (por um escravo analfabeto)

Não quero fruir de forro
E quem há de querer?
Ser funâmbulo de corda bamba
Que não cai nem segue

Não quero viver furtivo
Ser fusco no mundo
Como o mundo
Há de ser

E o que me traz esse logro
De liberdade...
Se não a sede de voar?
As correntes invisíveis
Que me amarram...
Eu sei que ainda estão cá

E fizeram um furo em meu furor
E furtaram o último do meu fulgor
E fugiram as pressas com o meu fubá
E fizeram a morte do meu sonhar

Não! Antes ser morto do que forro!
Que ao menos na morte
Pertenço a mim.